Pais à procura de opções "mais saudáveis" para os seus filhos: snacks sem glúten e sem lactose.

Nos últimos anos, tem-se registado um aumento crescente da procura de alimentos sem glúten e sem lactose, especialmente quando se trata de snacks para crianças.

Muitas vezes, os pais optam por estes produtos acreditando que são mais saudáveis ​​para os seus filhos, pois associam a ausência destes componentes a benefícios nutricionais e para a saúde. No entanto, esta perceção pode não corresponder à realidade.

Apesar de ser uma tendência crescente no setor alimentar, é fundamental compreender que a ausência de glúten e lactose por si só não garante que os produtos sejam mais nutritivos ou adequados à saúde infantil.

Neste artigo, exploramos porque é que os pais estão a fazer esta escolha, os benefícios e os mitos associados ao glúten e à lactose e porque é que estes snacks podem não ser tão saudáveis ​​como parecem.

A perceção dos pais

A ideia de que o glúten e a lactose são substâncias prejudiciais à saúde tem sido promovida por diversas campanhas, publicidade e influencers, criando um cenário em que muitos pais acreditam que eliminá-las da alimentação dos filhos pode prevenir doenças e promover o bem-estar.

O glúten é uma proteína presente no trigo, centeio, cevada e seus derivados, enquanto a lactose é um açúcar que se encontra no leite e noutros produtos lácteos. Embora algumas crianças e adultos apresentem intolerância ou sensibilidade a estas substâncias, a maioria da população pode consumi-las sem problemas.

A procura por alternativas sem glúten e sem lactose é particularmente forte entre os pais que não procuram aconselhamento nutricional junto de um profissional de saúde especializado (nutricionista) e/ou que não têm conhecimentos suficientes sobre o assunto.

Necessidade versus Escolha

É importante referir que existem crianças que, de facto, devem seguir uma dieta isenta de glúten ou lactose por razões médicas. As crianças com doença celíaca (DC), sensibilidade ao glúten não celíaca ou alergia ao trigo, por exemplo, devem evitar completamente o glúten para prevenir danos no sistema digestivo ou reações alérgicas graves ^1,2,3 .

Da mesma forma, as crianças com intolerância à lactose podem ter de evitar os produtos lácteos ou optar por alternativas sem lactose. No entanto, estas condições são relativamente raras ^.

Para as crianças que não apresentam problemas de saúde relacionados com o consumo destes componentes, eliminar o glúten e a lactose da dieta sem recomendação médica ou nutricional não oferece benefícios significativos. Pelo contrário, pode levar à exclusão de alimentos importantes como o pão integral, os produtos lácteos naturais e os cereais, ricos em nutrientes essenciais como o cálcio, as fibras e as proteínas de elevada qualidade, e que devem estar presentes na alimentação infantil.

Snacks processados ​​sem glúten e sem lactose

Embora a ideia de escolher produtos sem glúten ou sem lactose pareça uma opção mais saudável, tal não é necessariamente verdade, especialmente quando os pais optam por snacks altamente processados.

A substituição do glúten por amidos refinados ou farinhas de arroz, por exemplo, pode resultar em produtos com elevada densidade calórica e baixo valor nutricional. ⁵ Estes alimentos tendem a ser ricos em açúcares e gorduras saturadas (pouco saudáveis), que, quando consumidos em excesso, podem contribuir para o aumento de peso e para o risco de doenças metabólicas, como a diabetes tipo ^{2. ⁵}

Além disso, muitos produtos sem lactose utilizam açúcares ou adoçantes artificiais para compensar a perda de sabor dos produtos lácteos. Estes aditivos podem não só prejudicar o sabor, como também afetar a microbiota intestinal da criança, que é essencial para a digestão e absorção adequada dos nutrientes. ⁵

O que é realmente saudável para o seu filho?

Neste contexto, mais importante do que eliminar o glúten e a lactose da alimentação dos seus filhos é promover uma alimentação equilibrada e variada, rica em alimentos frescos, naturais e nutritivos. Algumas opções de snacks saudáveis ​​incluem:

- Fruta fresca: Uma excelente fonte de fibra, vitaminas e antioxidantes.
- Vegetais crus: como a cenoura e o pepino, que são ricos em fibra e nutrientes essenciais.
- Nozes e sementes: como as amêndoas, as nozes e a chia, que fornecem gorduras saudáveis ​​e proteínas.
Iogurtes naturais ou alternativas à base de plantas sem adição de açúcar: oferecem probióticos e são uma boa fonte de cálcio.
- Pão e bolos integrais caseiros: Elaborados com farinhas integrais, que oferecem um maior valor nutricional do que as versões refinadas. Estas opções podem ser facilmente integradas na rotina alimentar das crianças e ajudam a garantir a ingestão adequada de nutrientes, sem recorrer a alternativas processadas que, apesar de não conterem glúten ou lactose, podem ser nutricionalmente pobres.

Conclusão e posicionamento da Oh!My Snacks

Embora a intenção dos pais de escolherem snacks sem glúten e sem lactose para os seus filhos seja compreensível e muitas vezes assente no desejo de promover uma alimentação mais saudável, a realidade é que a ausência destes componentes não garante, por si só, um alimento mais nutritivo. Na maioria dos casos, os produtos processados ​​sem glúten e sem lactose contêm ingredientes artificiais, aditivos, gordura e açúcar que podem ser prejudiciais para a saúde.

A Oh!My Snacks defende que a chave para uma dieta saudável e equilibrada é escolher alimentos frescos, naturais e ricos em nutrientes, independentemente de conterem ou não glúten e lactose. Para crianças sem problemas de saúde específicos, não há necessidade de eliminar estes componentes sem justificação científica.

10 opções de snacks naturalmente sem glúten ou lactose para os seus filhos que pode encontrar no nosso portefólio:

• Frutos secos com maçã e canela
• Nozes ligeiramente salgadas
• Bolinhas de Fruta Laranja
• Barra de fruta Morango Cranberry Nozes
• Bolinhas proteicas com creme de laranja e cacau
• Brownie Raw Bar de chocolate negro
• Vibrações Naturais da Salty Fusion
• Fusão Doce de Morango
• Biscoitos biológicos com chocolate
• Barra proteica de ervilha com framboesa

Bibliografia

1. Caio G, Volta U, Sapone A, Leffler DA, De Giorgio R, Catassi C, Fasano A. Doença celíaca: uma revisão abrangente atual. BMC Med. 2019 Jul 23;17(1):142. doi: 10.1186/s12916-019-1380-z. PMID: 31331324; PMCID: PMC6647104.
2. Di Sabatino A, Corazza GR. Sensibilidade ao glúten não celíaca: sentido ou sensibilidade? Ann Médica Interna. 21 de fevereiro de 2012;156(4):309-11. doi: 10.7326/0003-4819-156-4-201202210-00010. PMID: 22351716
3. Cabanillas B. Perturbações relacionadas com o glúten: doença celíaca, alergia ao trigo e sensibilidade ao glúten não celíaca. Crit Rev Food Sci Nutr. 2020;60(15):2606-2621. doi: 10.1080/10408398.2019.1651689. Publicado online a 12 de agosto de 2019. PMID: 31402697
4. Catanzaro R, Sciuto M, Marotta F. Intolerância à lactose: uma atualização sobre a sua patogénese, diagnóstico e tratamento. Nutr Res. 2021 May;89:23-34. doi: 10.1016/j.nutres.2021.02.003. Publicado online a 21 de março de 2021. PMID: 33887513.)

Mehtab W, Agarwal S, Agarwal H, Ahmed A, Agarwal A, Prasad S, Chauhan A, Bhola A, Singh N, Ahuja V, Malhotra A, Makharia GK. Os alimentos sem glúten são mais caros e nutricionalmente desequilibrados do que os seus equivalentes com glúten. Indian J Gastroenterol. 2024 Jun;43(3):668-678. doi: 10.1007/s12664-024-01519-z. Epub 2024 16 de maio. PMID: 38753225.

Autor:

Matilde De Carvalho (NI.5756N)