Um grande desafio: snacks saudáveis para crianças
Share
Cada vez mais pais partilham uma frustração comum: a dificuldade em encontrar no mercado snacks saudáveis com baixo teor de gordura e açúcar refinado. Além disso, preparar lanches equilibrados, nutritivos e que agradem às crianças, tornou-se um verdadeiro desafio, principalmente quando se trata de enviar opções práticas e saudáveis para a escola ou até mesmo para um pequeno-almoço no carro a caminho da escola.
Estatísticas sobre a obesidade infantil: a nível mundial, no Reino Unido e em Portugal.
Esta preocupação tem vindo a aumentar, sobretudo num contexto em que a obesidade infantil se tornou um problema significativo em Portugal e no mundo. De acordo com o último relatório do Programa COSI (Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil) da OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 31% das crianças entre os 7 e os 9 anos em Portugal têm excesso de peso e 12% são classificadas como obesas.
No mesmo estudo de seguimento, no Reino Unido, aproximadamente 25% das crianças entre os 7 e os 9 anos de idade têm excesso de peso e cerca de 10% são classificadas como obesas. Finalmente, em todo o mundo, 18% das crianças e adolescentes entre os 5 e os 19 anos de idade têm excesso de peso ou são obesos. <sup>1 </sup>
Desafios comuns na educação dos filhos
Falta de tempo
Atualmente, a falta de tempo dos pais para preparar ou procurar opções de snacks saudáveis tem sido uma preocupação crescente, refletida nos estudos sobre os padrões alimentares das famílias.
A pressão dos horários e a sobrecarga de atividades extracurriculares levam muitas vezes a que as refeições sejam consumidas no carro. Isto afeta tanto a qualidade da refeição como a experiência alimentar das crianças, que acabam por comer snacks menos equilibrados e não desenvolvem um ambiente tranquilo à mesa 2,3.
Esta realidade tem consequências importantes para a alimentação infantil, uma vez que as opções por snacks rápidos, processados e menos saudáveis aumentam em detrimento dos alimentos frescos e nutritivos. De acordo com Scaglioni S. et al., a gestão do tempo em casa, combinada com o fácil acesso a snacks ultraprocessados, altera significativamente os hábitos alimentares, impactando as preferências futuras das crianças e a sua saúde a longo prazo.
Estes desafios tornam relevante a procura de soluções práticas que combinem conveniência e nutrição adequada para o crescimento infantil.
Crianças e seletividade alimentar
A seletividade alimentar é um fenómeno comum na infância e pode comprometer a ingestão equilibrada de nutrientes essenciais para o desenvolvimento 4 .
A seletividade alimentar pode ser agravada pela resistência a texturas, cores ou cheiros, levando ao consumo repetido de alimentos preferidos e à rejeição de outros. Esta situação não só limita a exposição a novos sabores e nutrientes, como também aumenta o risco de deficiências nutricionais que podem interferir com o crescimento saudável e o desenvolvimento cognitivo. <sup> 5,6 </sup>
Além disso, a rotina alimentar fora de casa traz desafios adicionais para os pais, que procuram opções de snacks práticas e nutritivas, mas que muitas vezes não correspondem ao paladar das crianças. A literatura mostra que fatores como a preferência das crianças por alimentos ultraprocessados e a recusa de snacks mais nutritivos, como a fruta fresca e os produtos lácteos, impactam o seu equilíbrio nutricional diário 4 .
Estudos recentes realçam também a importância da apresentação e da praticidade dos snacks, sugerindo que as crianças pequenas são mais propensas a consumir alimentos que sejam facilmente acessíveis e não exijam preparação extra 7 . Esta dificuldade em equilibrar as preferências e a nutrição realça a necessidade de estratégias que facilitem o acesso a snacks saudáveis, promovendo uma relação positiva com a alimentação desde a infância.
Afinal, o que é ou não saudável? Ciência versus Marketing
No mercado da alimentação infantil, a linha que separa o que é saudável do que não é nem sempre é clara, e a informação nutricional é frequentemente ocultada pelo marketing.
Os produtos destinados a crianças, com embalagens coloridas e slogans cativantes, são frequentemente ricos em açúcares adicionados, gorduras saturadas e aditivos, contribuindo pouco para uma dieta equilibrada 8 .
De facto, embora os rótulos possam incluir expressões como "para crianças" ou "enriquecido com vitaminas e minerais", os elevados níveis de açúcar e gordura que se encontram em muitos destes produtos contradizem as recomendações científicas para uma alimentação saudável na infância 8 .
Estudos demonstram que a rotulagem e a publicidade são concebidas para captar a atenção dos pais, mas também para influenciar diretamente as preferências das crianças, levando ao consumo de produtos menos nutritivos 9 .
Neste sentido, a Direção-Geral da Saúde (DGS) portuguesa apresenta orientações para uma alimentação saudável dos 0 aos 6 anos de idade<sup> 10</sup> e um guia para lanches escolares saudáveis<sup> 9</sup> , onde recomenda o consumo de alimentos minimamente processados e nutricionalmente densos, sobretudo nos primeiros anos de vida, para promover um crescimento e desenvolvimento saudáveis. No entanto, a discrepância entre o marketing e a realidade nutricional dos produtos revela a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa e de uma educação alimentar que capacite os pais para fazerem escolhas informadas e adequadas para os seus filhos.
Oh! Os Meus Lanches e Considerações Finais
A questão dos snacks saudáveis para as crianças é complexa, mas é crucial promover hábitos alimentares que contribuam para o seu desenvolvimento e saúde a longo prazo. Na Oh! My Snacks, compreendemos estes desafios e procuramos apoiar os pais, oferecendo uma variedade de snacks práticos e nutricionalmente equilibrados. Com diversas categorias de produtos, incluindo opções sem adição de açúcar branco e sem ingredientes fritos, estamos empenhados em facilitar escolhas saudáveis, com snacks embalados em doses individuais prontas a consumir. Por estes motivos, somos uma solução fiável para pais e filhos, aliando praticidade e qualidade nutricional no dia-a-dia.
Bibliografia
1- Relatório da quinta ronda de recolha de dados, 2018–2020: Iniciativa Europeia de Vigilância da Obesidade Infantil da OMS (COSI). Copenhaga: Escritório Regional da OMS para a Europa; 2022. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO
2- Scaglioni S, De Cosmi V, Ciappolino V, Parazzini F, Brambilla P, Agostoni C. Factores que influenciam os comportamentos alimentares das crianças. Nutrientes. 31 de maio de 2018;10(6):706. doi: 10.3390/nu10060706. PMID: 29857549; PMCID: PMC6024598.
3- Galloway AT, Lee Y, Birch LL. Predictores e consequências da neofobia alimentar e da seletividade alimentar em raparigas jovens. J Am Diet Assoc. 2003;103:692-8. https://doi.org/10.1053/jada.2003.5013
4- Torres TO, Gomes DR, Mattos MP. FATORES ASSOCIADOS À NEOFOBIA ALIMENTAR NA CRIANÇA: REVISÃO SISTEMÁTICA. Rev. Paulo Pediatr. 2020 Nov 6;39:e2020089. doi: 10.1590/1984-0462/2021/39/2020089. PMID: 33175005; PMCID: PMC7649857.
5- Falciglia GA, Couch SC, Gribble LS, Pabst SM, Frank R. A neofobia alimentar na infância afeta a variedade alimentar. J Am Diet Assoc. 2000;100:1474-81. https://doi.org/10.1016/s0002 8223(00)00412-0
6- Cooke L, Carnell S, Wardle J. Neofobia alimentar e consumo alimentar durante a refeição em crianças dos 4 aos 5 anos. Int J Behav Nutr Phys Act. 2006;3:14. https://doi.org/10.1186/1479-5868-3-14
7- Ogden J, Roy-Stanley C. Como é que as crianças fazem escolhas alimentares? Utilização de um método de verbalização do pensamento para explorar o papel dos fatores internos e externos no comportamento alimentar. Appetite. 2020 Apr 1;147:104551. doi: 10.1016/j.appet.2019.104551. Epub 2019 Dec 7. PMID: 31821839.
8- Smith R, Kelly B, Yeatman H, Boyland E. O marketing alimentar influencia as atitudes, preferências e consumo das crianças: uma revisão crítica sistemática. Nutrientes. 2019 Abr 18;11(4):875. doi: 10.3390/nu11040875. PMID: 31003489; PMCID: PMC6520952.
9- DGS- Guia para Lanches Escolares Saudáveis, Abril, 2021.
10- Portugal. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde. Alimentação Saudável dos 0 aos 6 anos – Linhas De Orientação Para Profissionais E Educadores., Outubro, 2019.
Autor:
Matilde De Carvalho (NI.5756N)