O impacto dos adoçantes nas crianças

(Tempo de leitura estimado: 5 minutos)

A utilização de adoçantes em crianças é um tema controverso, com impactos que ainda geram dúvidas e preocupações, especialmente devido à crescente presença destes compostos em produtos alimentares destinados ao público infantil.

Os adoçantes na alimentação infantil

A Organização Mundial de Saúde (OMS) desaconselha o uso de adoçantes artificiais em produtos alimentares para crianças, pois podem influenciar o paladar das crianças, tornando-as mais propensas a preferir alimentos excessivamente doces, além de parecerem afetar a composição da microbiota intestinal e a regulação da glicemia, podendo também perturbar a função endócrina pancreática, por mecanismos ainda não totalmente esclarecidos. ^2.3

Devido a estes efeitos, o consumo de adoçantes artificiais em crianças pode mesmo aumentar o risco de desenvolvimento de doenças metabólicas a longo prazo e pode não ter um impacto positivo no controlo do peso. ⁴

Além disso, o consumo de adoçantes artificiais pode também estar associado a potenciais problemas cognitivos, afetando a produção de neurotransmissores e outras moléculas envolvidas na função cerebral, com um risco acrescido de efeitos neurocognitivos. ⁵

Ao contrário dos adoçantes artificiais, os adoçantes naturais e os álcoois de açúcar são geralmente considerados opções menos prejudiciais.

Os adoçantes naturais são derivados diretamente de fontes naturais, como frutas, plantas e mel. São compostos que proporcionam uma doçura semelhante à do açúcar, mas com algumas diferenças em termos de impacto metabólico e na saúde. ^¹

Os álcoois de açúcar são compostos produzidos a partir de ingredientes naturais e com um processamento mínimo. São hidratos de carbono que não promovem cáries ou picos de glicemia como outros ^adoçantes . Por este motivo, são frequentemente utilizados em produtos sem adição de açúcar para lhes conferir doçura e textura.

No entanto, são ainda necessários mais estudos sobre o seu efeito a longo prazo no organismo das crianças. Neste sentido, a recomendação geral é promover uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes e com moderação na ingestão destes componentes.

Adoçantes artificiais	Adoçantes Naturais	Álcoois de açúcar
Aspartame	mel	Maltitol
Sacarina	Frutose	Sorbitol
Sucralose	Agave	Eritritol
Acesulfame-K	Estévia	Xilitol

Oh! Posição MySnacks

Criámos a nossa Kids Box cuidadosamente formulada para não conter adoçantes artificiais. Utilizamos adoçantes naturais, como o mel ou a própria fruta, e álcoois de açúcar, como o maltitol, para criar um sabor agradável e saudável, reduzindo o teor calórico, o impacto glicémico e o risco de cáries em comparação com o açúcar branco refinado. Ao evitar o açúcar branco, garantimos snacks equilibrados que se destacam pela sua qualidade e segurança, ao contrário dos produtos similares altamente açucarados que se encontram no mercado.

 

Posição da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA)

A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA considera muitos adoçantes naturais seguros para consumo, mas alerta que, apesar de serem naturais, estes adoçantes fornecem calorias e podem influenciar os níveis de glicose no sangue, pelo que recomenda a moderação devido ao seu teor calórico e potencial impacto metabólico. Quanto aos álcoois de açúcar, estes são compostos que o organismo humano não absorve na totalidade e, por esse motivo, a FDA aconselha também um consumo moderado, pois em grandes quantidades podem causar desconforto intestinal, como gases e diarreia. A FDA exige que os produtos com alto teor de álcoois de açúcar indiquem o seu potencial efeito laxante. No que diz respeito aos adoçantes artificiais, ^a FDA aprovou vários deles para consumo humano, desde que sejam utilizados dentro dos limites diários recomendados, considerando-os seguros nestas condições.

 

Bibliografia:

1. Comissário, O. Que doce é: Tudo sobre adoçantes , Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA . Disponível em: https://www.fda.gov/consumers/consumer-updates/how-sweet-it-all-about-sweeteners (Acedido em: 7 de novembro de 2024).
2. Piekara A, Krzywonos M, Szymańska A. Agentes e adoçantes em suplementos alimentares para crianças - análise do mercado polaco. 9 de agosto de 2020; 12(8):2387. doi: 10.3390/nu12082387. PMID: 32784924; PMCID: PMC7468995.
3. Scharf RJ, DeBoer MD. As bebidas adoçadas com açúcar e a saúde infantil. Annu Rev Saúde Pública. 2016;37:273-93. doi: 10.1146/annurev-publhealth-032315-021528. PMID: 26989829.
4. Hum B, Georgia S. Os efeitos do consumo de adoçantes não nutritivos em populações pediátricas: o que sabemos, o que não sabemos e o que precisamos de aprender. Front Endocrinol (Lausanne). 2021
5. Janežič D, Jäntschi L, Bolboacă SD. Açúcares e adoçantes: estrutura, propriedades e modelação in silico. Curr Med Chem. 2020

Autor:

Matilde De Carvalho (NI.5756N)