Dieta à base de plantas e saúde cardiovascular

As dietas à base de plantas, definidas pela baixa frequência de consumo de alimentos de origem animal, têm sido recomendadas pelos seus benefícios para a saúde.

De facto, vários estudos descobriram que as dietas à base de plantas, especialmente quando ricas em alimentos vegetais de alta qualidade, como cereais integrais, leguminosas, frutas, legumes e nozes, estão associadas a um menor risco de eventos cardiovasculares e de fatores de risco intermédios. ⁽¹⁾

O que é uma dieta à base de plantas?

As dietas à base de plantas consistem numa família diversificada de padrões alimentares, definidos pela baixa frequência de consumo de alimentos de origem animal. As dietas vegetarianas são um subconjunto das dietas à base de plantas que excluem a ingestão de alguns ou de todos os alimentos de origem animal. No extremo oposto, encontram-se as dietas vegan, que excluem o consumo de todos os produtos de origem animal.

Actualmente, em vez de definir as dietas à base de plantas em termos da exclusão completa de alguns ou de todos os alimentos de origem animal, evidências recentes sugerem uma adesão gradual a este padrão alimentar, porque reduções lentas na ingestão de alimentos de origem animal podem ser mais fáceis de adoptar em comparação com a exclusão completa de alimentos de origem animal de uma só vez. ⁽¹⁾

No entanto, existe uma grande diversidade de dietas à base de plantas, dependendo da qualidade dos alimentos vegetais incluídos na dieta, cada uma com efeitos cardiometabólicos potencialmente distintos. É essencial que as suas escolhas à base de plantas incluam alimentos naturais em vez de alimentos processados ​​e açúcares naturais em vez de açúcar branco adicionado. ⁽²⁾

Benefícios das dietas à base de plantas para a saúde:

• Reduzir a ingestão de gordura saturada;
• Maior teor de fibra;
• Maior ingestão de antioxidantes;
• Maior densidade de micronutrientes, como vitaminas e minerais;

Dieta à base de plantas e saúde cardiovascular

Apesar da grande variação nas definições de dietas à base de plantas na literatura, as suas associações com uma melhor saúde cardiovascular têm sido consistentes. A maioria dos estudos sobre dietas vegetarianas constatou menores taxas de incidência e mortalidade por doença coronária entre os vegetarianos em comparação com os omnívoros.

De facto, alguns estudos descobriram que as dietas vegetarianas reduzem significativamente as concentrações sanguíneas de colesterol total e LDL em comparação com diversas dietas omnívoras de controlo. Outras meta-análises verificaram que as dietas vegetarianas reduzem a pressão arterial, promovem a perda de peso e melhoram o controlo glicémico em maior grau do que as dietas omnívoras de comparação.

Em conjunto, os efeitos benéficos destas dietas apoiam a adoção de dietas saudáveis ​​à base de plantas para a prevenção de doenças cardiovasculares.

É importante salientar que, em muitos destes estudos, as associações foram mais fortes entre os participantes mais jovens, entre os participantes com maior duração de adesão a uma dieta vegetariana e entre os homens em relação às mulheres. ^(1,3,4)

Mecanismos biológicos potenciais

Uma dieta saudável à base de plantas, que enfatiza o consumo de cereais integrais, frutas, legumes, nozes e leguminosas, chá e café, e óleos vegetais não hidrogenados, pode afetar a saúde cardiovascular através de inúmeras vias biológicas potenciais, tais como:

• Baixa densidade energética: devido ao baixo teor de gordura saturada e ao elevado teor de fibra, estas dietas podem ajudar na perda de peso e na manutenção do peso a longo prazo. Além disso, as fibras alimentares podem reduzir a ingestão energética, estimulando a sensação de saciedade.
• Potencial efeito redutor do colesterol: Outro mecanismo fundamental pelo qual a fibra alimentar pode melhorar a saúde cardiovascular é através da redução da absorção de colesterol e gordura, alteração da síntese de colesterol, aumento da síntese de ácidos biliares e diminuição da absorção de ácidos biliares.
• Melhor controlo glicémico: As fibras alimentares também podem ajudar a evitar picos de açúcar no sangue e a melhorar o controlo glicémico.
• Menor estado inflamatório: devido ao maior aporte de antioxidantes. ^(1,3)

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As dietas à base de plantas têm sido associadas a um menor risco de doenças cardiovasculares, bem como a uma melhor saúde cardiovascular; no entanto, é importante garantir a qualidade das escolhas alimentares, nomeadamente alimentos naturais, fontes de fibra e proteína, sem adição de açúcar e com baixo índice glicémico.

Além disso, existem inúmeros mecanismos biológicos através dos quais os alimentos vegetais saudáveis ​​podem exercer os seus potenciais efeitos cardioprotetores.

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Em suma, as dietas saudáveis ​​à base de plantas devem ser recomendadas como uma opção alimentar ambientalmente sustentável para melhorar a saúde cardiovascular, e na Oh! My Snacks encontra opções práticas e nutritivas para incluir nas suas refeições ou snacks.

Bibliografia

 

• Satija A, Hu FB. Dietas à base de plantas e saúde cardiovascular. Trends Cardiovasc Med. 2018 Out;28(7):437-441. doi: 10.1016/j.tcm.2018.02.004. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6089671/#R4
• Tan J, Zhang S, Jiang Y, Li J, Yang C. Dieta à base de plantas e risco de mortalidade por todas as causas: uma revisão sistemática e meta-análise. Front Nutr. 2024 Out 23;11:1481363. doi: 10.3389/fnut.2024.1481363. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39507899/
• Miller V, Mente A, Dehghan M, Rangarajan S, Zhang X, Swaminathan S, et al. Consumo de frutas, hortícolas e leguminosas e doenças cardiovasculares e óbitos em 18 países (PURE): um estudo de coorte prospetivo. Lancet. 2017 https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(17)32253-5/fulltext
• Benisi-Kohansal S, Saneei P, Salehi-Marzijarani M, Larijani B, Esmaillzadeh A. Consumo de cereais integrais e mortalidade por todas as causas, doenças cardiovasculares e cancro: uma revisão sistemática e meta-análise dose-resposta de estudos de coorte prospetivos. Adv Nutr. 2016;7(6):1052–65. doi: 10.3945/an.115.011635. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5105035/

Autor:

Rita Lima (CP. 3003N)